Produtividade Ninja: Foco e Disciplina para produzir mais... trabalhando menos.
 

Trabalho difícil

Sempre que vejo algo que se destaca de forma excepcional, imagino a dificuldade envolvida no trabalho. O trabalho difícil é imediatamente capturado por nossos olhos em projetos complexos. Mas no caso de projetos elegantes de aparente simplicidade porém com muita reflexão e tecnologia, também existe o trabalho difícil. É muito fácil fazer o que todo […]

Sempre que vejo algo que se destaca de forma excepcional, imagino a dificuldade envolvida no trabalho. O trabalho difícil é imediatamente capturado por nossos olhos em projetos complexos. Mas no caso de projetos elegantes de aparente simplicidade porém com muita reflexão e tecnologia, também existe o trabalho difícil.

É muito fácil fazer o que todo mundo faz e evitar inovar, evitar colocar a mão na massa onde ninguém tem coragem. Mas os benefícios são enormes.

Isso, porém, somente acontece quando temos uma motivação maior do que nosso interesse imediato e pessoal. É necessário ter propósito.

Segue a tradução livre e comentada de Hard Work do Steve Pavlina:

Trabalho difícil

A literatura voltada a ensinar como obter sucesso celebra os benefícios do trabalho pesado faz séculos. Mas por que é que algumas pessoas acham que o “trabalho difícil” é algo ruim hoje em dia?

Eu defino o “trabalho difícil” como aquele que apresenta desafios. Tanto o “trabalho difícil” como “trabalhar duro” (ou seja, investir o tempo necessário para fazer acontecer) são elementos necessários para o sucesso.

Um problema acontece quando as pessoas pensam no trabalho desafiador como algo doloroso ou desconfortável. Será que o trabalho desafiador precisa necessariamente ser doloroso? Não, claro que não. Na verdade, uma grande chave para o sucesso é aprender a gostar do trabalho que nos desafia E também desfrutar trabalhar duro nele.

Por que trabalho desafiador? Pois, quando escolhido de forma inteligente, o trabalho desafiador compensa. É o trabalho que as pessoas mais fracas vão evitar. E se você está interpretando que eu quero dizer que as pessoas que evitam o trabalho difícil possuem uma falha de caráter, está correto… e, falando nisso, é uma falha grave. Se você evita o trabalho desafiador, você evita fazer aquilo que é necessário para alcançar sucesso. Para manter seus músculos fortes e sua mente afiada, você precisa mante-los sempre em desafio. Fazer apenas aquilo que é fácil levará a uma moleza mental e física e resultados muito medíocres, seguidos por muito tempo e esforço se justificando o motivo dessa moleza ser normal, ao invés de dar um passo adiante e aceitar alguns desafios sérios.

Enfrentar desafios é algo que constrói caráter, assim como levantar pesos faz crescer os nossos músculos. Evitar o desafio é como abandonar o desafio de nosso caráter.

É natural que a gente tenha a tendência de evitar o que é doloroso, e se vemos os desafios como algo puramente dolorosos, certamente teremos a tendência de evitar. Mas ao fazer isso, estamos evitando um desenvolvimento de personalidade muito importante, que, por sua natureza, é altamente desafiador. Então, devemos aprender a nos apaixonar pelo desafio ao invés de teme-lo, assim como um halterofilista pode aprender a amar a dor de fazer mais uma repetição em sua série que causa microrupturas em suas fibras musculares, permitindo o crescimento e fortalescimento. Se você evita a dor, você vai deixar de crescer. É verdade tanto para construir músculos como para construir caráter.

Se por um lado o bom senso nos chama para seguir a massa, o ponto negativo dessa crença é que nossa vida seguirá a massa. E isso não é problema se não nos incomodamos em viver de forma passiva, deixando a vida passar diante de nossa janela. Se achamos que estamos aqui para deixar ser levado ao invés de tomar controle de nossa vida, então é bom aceitar os destinos que surgirem e aprender a gostar deles. Mas algumas vezes isso não nos leva em uma direção saudável. Deixando a vida nos levar, podemos de repente nos encontrar numa situação bem ferrada se não assumimos mais controle quando necessário.

Por outro lado, tem a forma alternativa de olhar para a vida como sendo a força de direcionamento por trás. Nós é que criamos e controlamos os destinos.  Esse é um jeito mais desafiador de viver a vida, mas também traz mais recompensas. Você não está limitado a essas experiências que somente poderiam ser obtidas de forma passiva ou sem dor – agora podemos ter muito mais daquilo que queremos ao aceitar maiores desafios.

Se eu apenas deixasse a vida me levar, nunca teria aprendido a ler, escrever ou digitar: esses foram desafios onde eu senti que estava indo contra o fluxo natural das coisas. Eu não teria me formado. Não teria começado meu próprio negócio. Certamente não teria desenvolvido nenhum software. Não tem como imaginar que eu teria corrido uma maratona – ninguém é naturalmente atraído para uma coisa dessas. E certamente não estaria dando palestras. Esse web site não existiria; foi definitivamente uma entidade criada mais pela força de vontade do que pelo fluxo natural das coisas.

Acredito sim que existe um certo rumo natural de vez em quando, mas eu me vejo como um co-criador desse rumo. Eu posso seguir a maré dos ventos quando essa maré está direcionada para onde desejo ir, ou eu caio fora e vou traçando o meu caminho quando necessário.

Quando você dá um passo adiante e aprende a ver a si mesmo como o motorista de sua própria vida ao invés de uma vítima passiva, então é muito mais fácil aceitar desafios maiores e resistir aos momentos difíceis que fazem parte. Você aprende a associar mais prazer ao desenvolvimento de caráter que ganha do que aos pequenos desconfortos da experiência. Você se torna mais acostumado a passar mais tempo fora da sua zona de conforto. O trabalho duro é algo que você fica aguardando pois você sabe que vai levar a um tremendo crescimento. E você eventualmente desenvolve a maturidade e responsabilidade para entender que certos objetivos nunca vão cair no seu colo: eles somente acontecem quando você atua como a força que aciona o processo.

Quando você encara a possibilidade de dizer a si mesmo “Se eu sempre evitar o trabalho difícil, nunca vou experimentar X, Y ou Z”, fica mais fácil abraçar os benefícios do trabalho duro. O que é que você vai perder? Provavelmente nunca vai correr uma maratona, casar com a pessoa dos seus sonhos, tornar-se um multimilionário, fazer uma verdadeira diferença para o mundo, etc. Você tem que se contentar apenas com aquilo para onde a vida te levar, que é medíocre. Você basicamente vai ocupar um espaço no planeta e morrer sem ter feito diferença alguma. O mundo será basicamente o mesmo se você nunca tivesse existido (vamos deixar de lado a teoria do caos).

Se você quer alcançar algo realmente grande e atingir objetivos interessantes, é necessário aprender a se apaixonar pelo trabalho difícil. O trabalho difícil faz a diferença. É o que separa as crianças dos adultos maduros. Você pode continuar a viver como uma criança e desesperadamente esperar que a vida seja sempre fácil, mas ao fazer isso estará aprisionado em um mundo infantilizado, trabalhando nos objetivos de outras pessoas ao invés dos seus próprios, aguardando oportunidades chegarem até você ao invés de criar os seus próprios e fazendo um trabalho que nesse grande esquema das coisas simplesmente não é importante.

Quando você aprende a abraçar o trabalho difícil ao invés de fugir dele, você ganha a habilidade de executar seus grandes objetivos. Não importa se vai demorar para alcançar algo. Você detona os obstáculos diante de si enquanto os demais ficam travados. Mas o que é que te traz a esse ponto? O que faz você abraçar o trabalho difícil?

Propósito.

Quando você vive com um forte propósito, então o trabalho difícil não é uma escolha opcional. É uma necessidade. Se a sua vida não tem nenhum propósito verdadeiro, então você pode evitar o trabalho difícil e não vai fazer diferença alguma já que você decidiu que a sua própria vida também não importa. Então, quem é que se importa se você trabalha duro ou segue o caminho mais fácil? Mas se você escolheu um propósito significante para sua vida, então, será necessário trabalho difícil para chegar lá. Qualquer propósito significante precisa de trabalho difícil. Você tem que admitir que a única forma que esse propósito vai ser preenchido é quando você abraçar o trabalho difícil. E isso é o que precisamos para mover além do medo e do ego, além daquela criança que acha que o trabalho difícil é algo a se evitar. Quando você se torna motivado por um propósito maior do que você mesmo, você abraça o trabalho difícil por necessidade. Aquela criança é substituída por um adulto mais maduro que assume a responsabilidade por fazer o trabalho, sabendo que sem comprometimento total e muito trabalho difícil, nada nunca acontecerá.

Desejo encontra a adversidade.

Mostre-me uma pessoa que evita o trabalho duro e eu mostrarei uma pessoa que ainda não encontrou seu propósito. Todo mundo que sabe qual é o seu propósito vai abraçar o trabalho difícil. Eles pagam o preço de bom grado.

Se você ainda não sabe qual é o seu propósito, então você não faz diferença alguma, pelo menos não dentro do mundo dos humanos maduros. E, no fundo, você sabe disso, não é? Se você quer fazer alguma diferença no mundo, então o trabalho difícil é o preço a ser pago. Não existem atalhos.

O propósito e o trabalho duro são amigos. O propósito é o “porquê”. O trabalho duro é o “como”. O propósito é o que transforma o trabalho em trabalho de amor. Ele transmuta a dor do trabalho difícil em algo de maior nível como o prazer da dedicação, comprometimento, decisão e paixão. Ele transforma a dor em força, eventualmente até o ponto em que não sentimos tanta dor comparado com o prazer da força alcançada.

Mais uma vez tudo tem a ver com o propósito no final das contas.Crie um propósito para sua vida, e viva-a a cada dia. E muitos dos outros hábitos de sucesso como o trabalho difícil e trabalhar duro vão se instalar de forma automática em seus devidos lugares. Descubra o porquê. Por que você está aqui? Por que sua vida importa? Esse é o maior teste de sua livre decisão.

Este post é a parte quatro de uma série de seis posts sobre auto disciplina: parte 1 / parte 2 / parte 3 / parte 4 / parte 5 parte 6

Recomendo a releitura deste texto para todos os momentos em que estamos deixando hábitos de baixa produtividade nos fazer procrastinar e buscar as pequenas tarefas mais simples ao invés de enfrentar os grandes monstros de nossa lista de tarefas.

Apenas acho que esse post pode gerar ansiedade desnecessária para quem ainda não tem certeza de ter encontrado seu propósito, já que não é o texto que oferece as ferramentas para reflexão e encontrar propósito. Como ponto de partida, recomendo o livro Em Busca de Sentido: Um psicólogo no campo de concentração (link afiliado Submarino) de Viktor Frankl.

A fala de Steve, principamente na época em que esse post foi escrito originalmente (junho de 2005) ainda não estava bem refinada e ele ataca as pessoas que não encontram propósito como técnica de motivação. Não acho que é uma boa abordagem, e inclusive seus textos mais recentes são muito mais equilibrados e motivam pela paixão ao invés do ataque.

Inclusive, ao reconhecermos que ainda não encontramos propósito, estamos dando os passos iniciais para encontrar. Somente não podemos trazer raiva, humilhação ou sentimentos negativos nesse processo, que demora tempos diferentes para diferentes pessoas.

Seiiti Arata é fundador da Arata Academy e autor do curso Como Aprender Mais Rápido. Está também focado no curso de enriquecimento A Classe Alta , no curso de carreira profissional Duplique Seu Salário e no treinamento em empreendedorismo EmpreDig.

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Comentários

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  1. Tiago

    Realmente me encantei com o texto.
    Obrigado por promover, essa maravilhosa leitura!

  2. NOEMI GOMES DO REGO COELHO

    Perfeito! Adorei o texto!
    Quem tem propósito gosta de trabalho difícil abraça o trabalho difícil! Só assim é o propósito!
    obrigada Seiiti.
    Vc. sempre me encanta pela elegância, qualidade, conhecimento e cultura, e delicadeza!.
    É o que eu acho mais especial em vc. – sua elegância e generosidade, frutos de uma boa formação sim mas também de respeito pelos outros que tem que gosta de pessoas! Eu gosto disso.

  3. Rogerio

    Incrível a sua percepção sobre o propósito tanto do trabalho difícil quanto da vida que levamos, muitas vezes sem propósito algum, isto me lembra o filme “Equilibrium” , onde pessoas parecem robôs, trabalham na mesmice sem vontade alguma.
    Somente o trabalho duro dignifica o Homem.

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