Quando eu era criança, morei durante muitos anos em um sobrado. Passados alguns anos, nos mudamos para um apartamento onde havia uma piscina do condomínio.

Logicamente que fiquei todo animado e no primeiro dia de sol, fui mergulhar.

Mas não foi qualquer mergulho.

Fui dar uma BOMBA.

Pra quem não está acostumado com essa linguagem, a bomba é quando você vai correndo em direção à piscina, pula e segura suas pernas contra seu peito, de modo que se torna uma bomba humana que esparrama água por todos os lados.

Era essa minha alegria de criança. Simples prazeres da vida.

Um dia meu pai me perguntou por que é que eu não fazia um mergulho de verdade. Desses de correr, e pular com os braços estendidos. Primeiro as mãos, que perfuram a lâmina da água, entrando perfeitamente com os braços, cabeça e corpo todo na sequência.

Eu respondi que não fazia pois era CHATO.

Mas a verdade é que eu tinha medo. Não sabia mergulhar.

E, quando finalmente eu tentei um dia dar esse pulo, hesitei. Ao invés de pular com tudo, na metade do pulo eu me assustei, tentei erguer minha cabeça e isso inevitavelmente fez com que ao invés de perfurar a água, eu caísse EM CIMA dela, dando uma barrigada que ardeu demais. E o ego ficou ainda mais machucado, morrendo de vergonha.

A barrigada de produtividade acontece quando iniciamos um processo mas não estamos plenamente convictos.

É quando começamos a estudar para um concurso pensando se é realmente isso o que queremos da vida. E se toparíamos ir pra Jequitinga do Oeste caso nossa aprovação somente liberasse vagas pra uma cidade remota.

É quando vamos para uma reunião fazer brainstorm, mas achamos que o produto da empresa é medíocre e que as pessoas não acreditam no que estão falando.

É quando dizemos que vamos pra academia, mas dispostos a ficar em casa se estiver chovendo ou muito frio.

É quando estamos tentando telefonar pra um cliente potencial, mas já achando que ele provavelmente não terá o dinheiro para comprar nada.

Quais são as barrigadas de produtividade que você poderia eliminar da sua vida?