Produtividade Ninja: Foco e Disciplina para produzir mais... trabalhando menos.
 

Entendendo um pouco melhor essa história de viver o presente e ser mais produtivo

A ideia de viver o presente pode parecer algo "meio new age", mas tem conquistado cada vez mais adeptos e respaldo de pesquisas científicas sérias. Esse artigo trata do conceito de mindfulness a partir de novas descobertas científicas e a relação desse estado da mente com a produtividade.

(Crédito da imagem: Ngô Trung)

No post anterior, falamos sobre mindfulness, trazendo esse conceito para auxiliar na produtividade, mostrando a sua influência na nossa rotina. Neste texto, falo um pouco mais sobre mindfulness e apontar sua importância atualmente.

Esse estado de mente tem outros aspectos a serem considerados. Talvez por isso seja tão complicado traduzir a palavra. Mindfulness não é apenas prestar atenção no momento presente – como posso ter dado a entender no outro post – mas também implica em não julgar a situação e aceitá-la como é, sem fugir dela.

Veja um exemplo:

Imagine que esteja parado no trânsito, atrasado para chegar ao trabalho, no calor do verão de São Paulo (aquele que nada pode refrescar). Seu chefe liga um pouco nervoso querendo saber de você, porque deveria estar lá há 20 minutos com a sala de reunião pronta para a apresentação dos resultados do último semestre. Você diz o que está acontecendo, onde está, e pede desculpas pelo atraso. Ao desligar, percebe que continua parado na marginal.

E aí? O que você faria? Existem muitas formas de lidar com essa situação. Vamos listar apenas três:

A primeira é se deixar levar por pensamentos negativos, fazer-se de vítima, deprimir-se com a situação “chata” de ter recebido uma ligação do chefe te procurando.

A segunda é se inflamar, ficar nervoso com o trânsito e com o calor, ficar com raiva do chefe, deixar essa emoção tomar conta de si, e piorar a situação arrumando briga no trânsito ou causando um acidente.

A terceira é simplesmente não fazer nada, apenas reconhecer o que está acontecendo (estou parado no trânsito, o dia está quente, estou atrasado, meu chefe ligou e está preocupado), aceitar que não há o que fazer (veja pelas opções anteriores – alguma delas ajudaria ou resolveria a situação?), continuar atento ao trânsito, e quem sabe também fazer algo para diminuir o desconforto do calor, de forma que esse momento possa ser vivido da melhor maneira possível.

Eu entendo que pessimismo, agressividade, vitimismo, nervosismo são emoções negativas que resultam dessa agitação em que vivemos. Muitos de nós já temos muita familiaridade com essas emoções, e as usamos como primeiro recurso. Mas, se essas emoções são produtos do modo de vida tóxico com que temos que lidar, é natural que não nos levem a lugar algum, a não ser ladeira abaixo.

Desintoxicação mental = menos estresse e mais produtividade

Por mais que pareça um jeito de olhar para a vida um tanto quanto new age, zen, o mindful living tem chamado muita atenção da mídia ultimamente. De acordo com uma matéria do Huffington Post, publicada em fevereiro de 2014, o termo mindfulness foi um dos mais buscados no Google em 2013, e parece que o assunto está tendo o seu “momento”.

Existe uma tendência crescente das pessoas desejarem mais uma vida calma e de qualidade por meio de “práticas de mindfulness”, de exercícios físicos que exigem controle da respiração, como yoga, através de terapias holísticas etc. Por esses motivos, é o ano para viver com foco no presente (o título da notícia em inglês traz essa ideia). Seria isso mesmo o que eles estão dizendo, ou seria só uma frase de efeito?

Depois de pesquisar sobre o assunto, descobri que há muito tempo algumas instituições acadêmicas, sobretudo faculdades de medicina norte-americanas, como a Harvard Medical School e a UCLA, têm se debruçado sobre como esse “novo” modo de vida nos ajuda a diminuir o stress e a ter mais saúde. Fiquei muito surpresa quando encontrei o site da University of Massachusetts Medical School. Ela é pioneira no assunto, e oferece desde 1979 um programa de redução de stress com a abordagem Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR), ou (traduzindo) fundamentada no conceito mindfulness, e que já ajudou mais de 20 mil pacientes.

Em 1995, a UMass fundou o Center for Mindfulness in Medicine, Health Care, and Society, e mesmo antes de ser fundado, a universidade já tinha muitas pesquisas integrando estudos do corpo e da mente à medicina convencional. O Stress Reduction Program dura 8 semanas, é um treinamento intensivo que inclui práticas de meditação, que por si só são um convite ao relaxamento, ao esquecimento das preocupações, para alcançar o equilíbrio e uma mente mais tranquila.

No resumo do programa (em inglês), algumas considerações são muito pertinentes para nós no curso Produtividade Ninja. Do ponto de vista profissional, ter uma mente tranquila permite que tenhamos mais criatividade para solucionar questões práticas, mais flexibilidade para lidar com clientes, com demandas inesperadas, e compreensão em momentos mais críticos. No contexto da saúde física, possibilita cuidarmos melhor do próprio corpo, pois passamos a ouvir e atender às suas necessidades, além de passarmos entender melhor como a mente e o corpo se relacionam.

Aos poucos, esses conhecimentos vão sendo disseminados para o público geral e a ideia de que a mente é parte do nosso corpo vai ganhando mais credibilidade.

Termino o texto com uma citação do folder do programa da UMass:

“Mindfulness is not something that you have to ‘get’ or acquire. It is already within you—a deep internal resource available and patiently waiting to be reawakened and used in the service of learning, growing, and healing.”

‘Mindfulness’ não é algo que você precise conseguir ou adquirir. É algo que já está dentro de você – um recurso interno grandioso, que está aí esperando pacientemente ser despertado novamente, e ser usado a serviço de seu aprendizado, crescimento e cura.

Amanda Cordeiro
Revisora de textos. Tenta revisar a própria vida todo dia, mas é coisa demais. Adora ler e sonha acordada com os tempos do teatro. Todos dizem que ela é a cara da Vanessa da Mata. Quem sabe isso dá um ibope para ela voltar pros palcos, né?

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